especiais

Páginas Especiais

Médicos sem fronteiras-Ajuda Humanitária





foto

África/Médicos sem fronteiras-Ajuda Humanitária-Eu chego lá!

Doutora Maria Ilva Tente da organização Médicos Sem Fronteiras da Bélgica (direita) ouve a respiração de Nyanchar Yuol, 20, um paciente com calazar na clínica de MSF calazar na aldeia de Walgak na região do Alto Nilo do Sul do Sudão na quarta-feira, 24 novembro de 2004. A clínica tem capacidade para 20 pacientes e, principalmente, trata as pessoas que sofrem da doença Kala Azar.
Doctor Maria Ilva Tente of Médecins Sans Frontières Belgium (right) listens to the breathing of Nyanchar Yuol, 20, a patient with Kala Azar in the MSF Kala Azar clinic in the village of Walgak in the Upper Nile region of South Sudan on Wednesday, 24 November, 2004. The clinic has capacity for 20 inpatients, and mostly treats people suffering from the disease Kala Azar.

ONG Médicos Sem Fronteiras faz levantamento sobre desnutrição infantil no Mundo

Segundo entidade, a resposta está em parte na falta de um fundo adequado para programas nutricionais efetivo



Foto: Divulgação/Life4kids
Crianças pobres e desnutridas da África que participam de programa de ajuda humanitária de ONG internacional
Um levantamento realizado pela organização não-governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF), que selecionou as dez maiores crises humanitárias no mundo em 2009, mostra que entre 3,5 e 5 milhões de crianças morrem todos os anos por causas relacionadas à desnutrição, o que representa uma morte a cada seis segundos. No entanto, o documento diz que a desnutrição infantil é uma condição médica de fácil tratamento a partir da combinação de alimentos nutritivos a produtos terapêuticos.
Segundo a ONG, o problema é em parte, a falta de um fundo adequado para programas nutricionais efetivos. Em novembro, o MSF lançou um dossiê antes do Encontro Mundial de Alimentação, realizado em Roma, com uma profunda análise das tendências de financiamento no domínio da desnutrição infantil e da ajuda alimentar. Ainda conforme a entidade, a contribuição conjunta das nações mais ricas do mundo para o enfrentamento à desnutrição se manteve estável entre os anos de 2000 e 2007, apesar do grande número de mortes ao redor do mundo que poderiam ter sido evitadas.
De acordo com a entidade, a assistência internacional arrecada anualmente US$ 350 milhões dos US$ 11,8 bilhões que o Banco Mundial diz ser necessários para o combate adequado à desnutrição em 36 países com altos índices. Entre 2005 e 2007, o MSF gastou US$ 40,3 milhões por ano, excedendo a contribuição de uma série de governos doadores, em programas de nutrição baseados principalmente em tratamentos que seguem o protocolo de emprego dos alimentos terapêuticos prontos para uso, recomendado pela ONU. MSF está advogando para que haja um adicional de US$ 700 milhões, identificado pelo estudo do Banco Mundial, como o montante dos fundos necessários para atingir os 32 países com maior prevalência de desnutrição entre crianças menores de cinco anos.
O levantamento mostra, ainda, que bilhões de dólares da assistência internacional estão atualmente sendo gastos em " desenvolvimento de ajuda e segurança alimentares" ou " ajuda alimentar emergencial" . O MSF observou que menos de 2% dessa assistência é gasta em alimentos que incluam os nutrientes necessários para prevenir a desnutrição infantil. Uma realocação dos bilhões de dólares que atualmente estão sendo gastos em ajuda alimentar para adquirir alimentos apropriados para crianças abaixo de cinco anos seria de grande ajuda para reduzir os efeitos devastadores da desnutrição em milhões de crianças: reduzindo a alta vulnerabilidade a doenças e a morte.
O documento diz que sistema de ajuda alimentar está repleto de práticas ineficientes. O governo dos Estados Unidos, por exemplo, insiste na utilização de navios e que ajuda seja enviada pelo mar, o que custa aproximadamente US$ 600 milhões a mais do que adquirir a comida localmente. O MSF diz que a ajuda alimentar enviada pelos EUA, assim como a maioria das ajudas alimentares internacionais, é composta principalmente de farinha fortificada, na forma de misturas de soja e milho. O conteúdo mínimo nutricional desses produtos é mal absorvido por crianças e, portanto, pouco faz para evitar que se tornem desnutridas.
O MSF tratou, em 2008, mais de 300 mil crianças desnutridas em 22 países, a maioria com alimentos prontos para usar com nutrientes densos, os quais, embora mais caros do que os alimentos atualmente usados pelo sistema de ajuda alimentar, de fato funcionam para prevenir e curar a desnutrição grave - e podem ser usados em uma escala muito larga. Medidas imediatas devem ser tomadas para aumentar os recursos disponíveis para programas que forneçam alimentação adequada às milhões de crianças que precisam de ajuda.

Sarampo, meningite e diarreia mobilizam Médicos sem Fronteira na Costa do Marfim

campo-de-refugiados-na-liberia-proximo-a-fronteira-com-a-casta-do-marfim

A violência pós-eleições e a falta de condições básicas de higiene intensificam o clima de tensão no país


MSF
Campo de refugiados na Libéria, próximo á fronteira com a Casta do Marfim
As situações de emergência médico-humanitárias na Costa do Marfim, na África, persistem em vários bairros de Abidjan, maior cidade e a capital econômica do país. Com medo, a população se esconde no meio do mato, sem acesso a comida, água ou ajuda médica, informou a organização internacional dos Médicos Sem Fronteiras (MSF). Além da violência, há o risco crescente de surtos de sarampo, meningite e diarréia por todo o país. Casos isolados já foram identificados.
A violência pós-eleições intensificou o clima de tensão e rivalidade entre municípios e territórios rivais da região oeste. A população continua vivendo sob o terror de milícias e ataques de represália, em especial, nas áreas de floresta próximas à fronteira com a Libéria.
A MSF está na região tratando de pessoas que foram feridas há três semanas, mas que não se atreveram a sair de seus esconderijos para procurar ajuda médica. Essas pessoas, bem como aquelas deslocadas pelo conflito, ainda estão aterrorizadas e esperam até que seu estado de saúde fique crítico porque têm medo de retornar às suas casas" , diz o coordenador da MSF na Costa do Marfim, Xavier Simon.
Do outro lado da fronteira, na Libéria, equipes da MSF tratam os refugiados recém chegados, incluindo crianças feridas há duas ou três semanas. Elas contaram aos médicos que foram vítimas de violência nas florestas da Costa do Marfim, em ataques envolvendo intimidação, sequestro, estupro e queima de pessoas vivas.
Ainda de acordo com a organização, a escassez de suprimentos médicos e remédios afeta os serviços de saúde em toda a cidade. Nos hospitais Abobo Sul e Anyama, longas filas começam a se formar às 4 horas da madrugada.